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Alimentos Tóxicos Para Cães e Gatos

Você está à mesa comendo e de repente se da conta que seu amigo de quatro patas está ao pé da mesa com aquele olhar típico de quem está sem comer há dias. De início você reluta e faz de conta que não é com você, mas daí a cena muda: agora ele está em pé sob as patas traseiras agitando freneticamente as patas dianteiras como que clamando por um bocado do que seja lá o que for que você está comendo. Quem resiste? Pois saiba que a intoxicação alimentar é a grande responsável pelo grande movimento de animais nas clínicas veterinárias e, não poucas vezes, acaba por ceifar a vida de um considerável número de pets. Neste artigo você conhecerá 12 (doze) alimentos e as razões pelas quais eles são tóxicos e põem em risco a saúde e a vida principalmente de cães e gatos.

ABACATE O abacate pode ser um dos alimentos mais amados da geração Y, mas seu animal de estimação não pode compartilhar esse amor com você. A semente de um abacate é enorme e evoluiu para ser devorada por preguiças gigantes, então imagine o dano que pode causar a um cão ou gato se for ingerida. Além disso, o alto teor de gordura do abacate pode causar pancreatite no seu bichinho; e tem mais: os abacates têm uma toxina, chamada persina, que tende a ser venenosa para cães e gatos. Essa toxina também pode ser mortal para pássaros, cavalos, cabras, ovelhas e outros animais. Portanto, você nunca deve dar um abacate para seu animal de estimação comer, não importa o quanto goste.

CHOCOLATE
O chocolate é um alimento clássico amado por todos nós. No entanto, ele contém dois compostos que são realmente perigosos para os cães: teobromina e cafeína. Ambos os compostos podem interferir no coração e no sistema nervoso do animal. Os níveis de toxicidade dependem do tipo de chocolate consumido: o cacau em pó é o mais tóxico, enquanto o ao leite e o chocolate branco são menos tóxicos.
Para um cão pequeno, uma pequena barra de chocolate ao leite pode ser perigosa, mas uma pequena migalha de um bolo de chocolate provavelmente não será letal. É fato que os efeitos perigosos dependem do tipo de chocolate, quantidade consumida e do cão em questão, mas o ideal é sempre manter o seu animal de estimação longe do chocolate.

MASSA DE PÃO (LEVEDURA)
A massa de pão crua (e a levedura que ela contém) é duplamente ruim para cães e gatos. Já a massa de pão não cozida pode se expandir no estômago deles, enquanto ao mesmo tempo a levedura produz álcool, o que pode causar intoxicação alcoólica no animal de estimação e consequentemente diminuir o açúcar no sangue, a pressão sanguínea e a temperatura do corpo. E, finalmente, a massa crescente pode inchar ou torcer o estômago do animal, o que pode resultar em vômitos, fraqueza, batimentos cardíacos anormais, colapso e morte. Você é humano, podemos entender totalmente que você não consegue resistir à massa de biscoito, mas nunca deixe seu animal de estimação comer essa guloseima.

CEREJAS, CAROÇO DE PÊSSEGO, SEMENTES DE MAÇÃ
Como humano, você sabe que precisa cuspir um caroço de cereja, mas tem certeza de que o seu cão ou gato não vai simplesmente engolir tudo? O ideal é que você evite dar cerejas ao seu animal de estimação. O caroço, caule e folhas contêm cianeto, uma enzima que impede as células de absorver o oxigênio. Uma quantidade significativa de cianeto pode ser letal.
Um único caroço de cereja pode não causar envenenamento por cianeto, mas ele pode se alojar no trato digestivo do animal e criar um possível bloqueio. Nesse caso, seu animal de estimação pode vomitar, comer menos comida do que o normal e fazer cocô com menos frequência. Além das cerejas, os caroços de pêssego e as sementes de maçã também contêm cianeto, por isso é melhor evitá-los.

COGUMELOS SELVAGENS
Existem milhares de tipos diferentes de cogumelos por aí, muitos dos quais podem ser tóxicos para os animais de estimação. Alguns deles talvez sejam extremamente tóxicos e mortais. Infelizmente, é difícil diferenciar os tipos de cogumelos, principalmente se você não for treinado adequadamente. Os cogumelos tóxicos podem afetar o sistema gastrointestinal de um animal, o sistema nervoso central, o fígado e os rins.
Assim como as pessoas não podem comer todos os tipos de cogumelos porque podemos não ser capazes de diferenciar aquele que é venenoso ou não para nós mesmos, seu animal de estimação também não deve comê-los. Então, quando você estiver fazendo uma longa caminhada na mata, deve ter muito cuidado e ficar de olho no seu cão para que ele não coma cogumelos selvagens.

ALHO
O alho é um agente pelo qual um gato pode ter anemia, uma vez que seu consumo pode danificar seus glóbulos vermelhos. Também pode causar náusea, baba, vômito, dor abdominal e diarreia, sintomas que indicam problemas no trato gastrointestinal.
Os sintomas mencionados acima nem sempre são imediatos e podem aparecer vários dias depois do animal ter consumido alho. Portanto, você pode não perceber imediatamente. Se um gato comer uma pequena quantidade de alho, ele não ficará intoxicado, mas grandes quantidades geralmente são tóxicas para o seu amado gatinho.

CEBOLAS
Como no caso do alho, a cebola é uma erva que pode ser perigosa para o seu animal de estimação. Ambos pertencem à mesma família de plantas, juntamente com a cebolinha e o alho-poró, o que significa que todos não devem ser oferecidos aos animais. É improvável que você alimente seu animal com uma cebola crua, mas o que acontece com a cebola em pó? Temos certeza de que ela está incluída em mais alimentos que você consegue imaginar. Ela pode ser incluída em batatas fritas, em um molho que você comprou em um supermercado… basicamente em qualquer coisa, então você também deve ficar de olho na lista de ingredientes dos alimentos.

UVAS
As uvas e passas são frutas, então todos imaginam que são lanches saudáveis e benignos, mas elas podem ser muito tóxicas para cães e gatos. Até o momento em que este artigo foi escrito, não foi comprovado exatamente como as uvas estão afetando o seu animal de estimação. A única coisa comprovada até agora é que as uvas e as passas podem causar insuficiência renal em cães.
Você precisa ter muito cuidado com o que dar de comer para o seu cão, pois as passas podem estar escondidas em qualquer coisa, desde a mistura de cereais até as barrinhas de lanche. Além disso, existem biscoitos e pão com pasta de passas ou suco de passas incluídos. Groselhas e sultanas também estão relacionadas às uvas; portanto, não deixe seu cão consumi-las.

COMPRIMIDOS PARA HUMANOS
Comprimidos projetados para serem consumidos por pessoas podem ser tóxicos para o seu animal de estimação se consumidos por ele. O ibuprofeno, por exemplo, pode causar úlceras estomacais, diarreia e dor abdominal (entre outros sintomas) em pequenas doses, enquanto que em grandes doses pode causar até a morte. O acetaminofeno (mais conhecido como Tylenol) é ótimo para aliviar a dor nas pessoas, mas pode ser mortal para os animais.
Medicamentos são ótimos para o alívio da dor humana, mas a maioria é definitivamente tóxica para cães e gatos. Se o seu cão realmente precisa de alívio para dor, existem medicamentos feitos especificamente para ele. Você deve sempre consultar seu veterinário sobre a saúde do seu animal de estimação.

CAFEÍNA
Embora a cafeína seja uma muleta para muitos trabalhadores e estudantes, ela não deve ser oferecida a cães e gatos. Todas as bebidas que contêm cafeína, como chá, refrigerantes, bebidas energéticas e suplementos de cafeína, podem causar hiperatividade, pressão alta, vômitos e batimentos cardíacos acelerados, entre outros sintomas.
Sejamos honestos, seu gato ou cachorro não precisam de nenhuma bebida com cafeína para ter energia, então mantenha essas bebidas longe deles. Se você quiser apimentar as coisas e deixá-los empolgados, ofereça ao seu gato um catnip, e ao seu cão apenas diga a palavra “passear”. Provavelmente será o suficiente.

ÁLCOOL
Ok, nós entendemos que um copo de vinho pode relaxá-lo e ajudá-lo a aproveitar a sua estadia em casa à noite, mas não dê álcool ao seu gatinho, cachorro ou pássaro. Os animais podem ter intoxicação por álcool muito mais fácil do que os seres humanos, portanto, mesmo uma pequena quantidade de álcool pode ser perigosa para eles.
Os sintomas de intoxicação por álcool em animais de estimação incluem letargia, baba, vômito, fraqueza e colapso. Portanto, se você perceber que o seu cão está com sono, embora normalmente não seja hora de dormir, verifique seu copo de vinho para ver se ele bebeu alguma quantidade.

MATERIAL DE LIMPEZA E DETERGENTES
Você comeria ou daria ao seu filho produtos de limpeza? Não! Isso é exatamente o que você deve fazer com o seu animal de estimação também. O material de limpeza pode causar úlceras e outros problemas, dependendo do produto.
É óbvio que você deve manter esses materiais de limpeza em locais que o seu cão ou gato não possam alcançar. Se estiver limpando uma mancha, mantenha seu amiguinho curioso longe dela. Ou, se você estiver limpando o vaso sanitário, não deixe o seu animal de estimação próximo a ele até terminar. O mesmo se aplica aos produtos de lavanderia.

Espero que esta lista seja útil.

Encontre tempo para se divertir com o seu cão.

Até a próxima!

Fonte: crunchposts.com/pt-br/

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Por que os Cães Cheiram as Partes Íntimas das Pessoas?

COMPORTAMENTO CONSTRANGEDOR

Você acaba de chegar na casa de um amigo e o cão dele imediatamente se dirige até você e cheira suas partes íntimas. Quem nunca?

Este é seguramente um comportamento canino reconhecidamente muito constrangedor, mas o que há por trás dele? Nossos amigos de quatro patas têm necessidade de fazer isso? É apenas uma brincadeira ou se trata de “saliência” canina?

A razão de se tratar de algo tão vergonhoso para nós, reside, em parte, no fato de que além de causar estranheza, desconforto e constrangimento, o assunto infelizmente é pouco comentado e discutido, gerando mais constrangimentos ainda. Mas, a despeito do debate (ou falta dele) por que os cães agem desta forma?

“JORNAL CANINO”

É sabido que o faro dos cães é infinitamente mais poderoso que o dos seres humanos. A ciência contudo ainda não conseguiu determinar com precisão a capacidade olfativa dos nossos amigos peludos; sabe-se porém através de estudos e pesquisas que este sentido tão aguçado é vital para os canídeos. Em analogia, não é exagero afirmar que o faro está para os cães, o equivalente aos noticiários que assistimos diariamente na televisão, ouvimos em podcasts e lemos nas redes sociais na internet e em várias outras mídias.

Para os cães, o mundo passa pelo focinho.

No artigo que preparamos para você e brevemente publicaremos, vamos nos deter de forma mais abrangente sobre o faro dos cães. Não perca!

COMPORTAMENTO NATURAL

Antes de seguirmos adiante é fundamental que você saiba que os cães têm este comportamento por uma razão plenamente justificável. E depois de saber que razões são essas, além de compreendê-los mais e melhor você continuará amá-los como sempre.

ENTENDENDO O COMPORTAMENTO

Os cães desconhecem o desconforto que as pessoas sentem quando eles agem desta forma porque para eles isso é muito natural e o objetivo é saber mais sobre o quê e quem eles cheiram. Como todos os mamíferos eles têm estruturas chamadas glândulas sudoríparas apócrinas. Estas glândulas estão espalhadas por todo o corpo deles, mas nas partes íntimas e na cauda elas são responsáveis pela produção de uma substância chamada feromônio, que têm um apelo odorífico muito forte e particular.

Os feromônios são os responsáveis pela “leitura” que o olfato faz uma vez que através deles os cães obtêm informações sobre o sexo, idade, humor e mudanças hormonais das outras espécies. É como um cartão de visitas que estabelece o contado entre os animais.

Uma vez que os feromônios são os agentes de informações da maioria dos seres vivos, os cães os cheiram para conhecer e processar os dados daquele indivíduo, e os lugares onde estes são encontrados com o nível mais alto são as áreas genitais. Da mesma forma que os humanos estendem as mãos e conversam, os cães se cheiram para se conhecerem.

Quando eles fazem isso com humanos o objetivo é o mesmo, logo, a intenção é saber mais sobre nós. Eles colocam o focinho nas partes íntimas porque as glândulas sudoríparas dos seres humanos não se encontram em todo o corpo, mas sim nas axilas e na virilha, então instintivamente vão direto para lá. Se eles o fazem com as visitas que recebemos em nossa casa, pessoas estranhas para ele é apenas para obter informações sobre elas; se o fazem com os donos, é para saber como está o humor do dono naquele momento.

Não é, portanto, nenhum tipo de atitude anormal, mas consonante com a sua natureza. Curiosamente e em particular, os cães tendem a cheirar as partes íntimas das mulheres durante o ciclo menstrual, quando deram à luz ou estão amamentando, ou quando estão no período da ovulação ou, em geral, de pessoas que tiveram relações sexuais. A razão é clara: o cheiro dos feromônios é mais forte e mais consistente.

Então, o que parece estranho para nós, aos animais é perfeitamente normal!

O QUE DEVO FAZER SE O CÃO VIR CHEIRAR AS PARTES ÍNTIMAS?

É importante não tocar no cão. Não tente remover a cabeça dele de onde ela se encontra, procure não dar atenção, não dê “ibope” ao comportamento, pois o cão poderá achar que você está convidando-o para interação, o que poderá, ainda que sem querer, reforçar o comportamento; daí o que deveria ser apenas uma ação natural passa a ser um gatilho, um código para ele requerer a sua atenção. Em geral o ato de farejar leva apenas alguns segundos, tempo suficiente para o cão realizar a “leitura” de que necessita e assim obter as informações que foi buscar, imediatamente após isto ele irá se retirar. Se a ocasião exigir, no máximo dê as costas para o cão ou levante-se “incontinenti” de onde está sem falar nada e também se possível sem olhar para ele.

QUEBRANDO O CONSTRANGIMENTO

Agora que sabe os motivos que remetem o cão a ter este comportamento às vezes até involuntariamente, você não deve se sentir envergonhado ou constrangido. Mas, e quanto às visitas? Aproveite e quebre o constrangimento momentâneo esclarecendo-as sobre esta atitude natural dos cães e mostre o quanto você conhece sobre os comportamentos do seu amigo.

Invista mais tempo com o seu cão.

Até a próxima!

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Cães que Montam

DÚVIDA COMUM

Uma pergunta recorrente onde quer que eu vá é: “Porque meu cão, que é uma fêmea, “sobe” em minhas pernas e nas pernas de visitas, e fica se esfregando em almofadas e outros objetos, simulando uma cópula?” Você já se perguntou por que alguns cães fazem isso? Será que existem cães “tarados”? Antes de mais nada precisamos entender as razões deste comportamento.

ENTENDENDO O COMPORTAMENTO

O comportamento denominado “monta” observado em cães durante a puberdade é considerado completamente normal. Cães machos têm uma tendência maior para desenvolverem esta prática nesta fase, mas como veremos a seguir, não há nenhuma conotação promíscua nela. No mundo canino é comum cães machos montarem em outros cães machos, fêmeas montarem em outras cadelas e em machos, e até cães montarem em sua própria mãe. Mas antes de presumir que se trata apenas de uma manifestação assexuada ou de prática de incesto entre cães, vamos entender as razões mais comuns para este comportamento.

EXCESSO DE HORMÔNIOS (HIPERSEXUALIDADE)

Uma causa provável para o indesejável comportamento pode ser o início da maturação sexual. Desde a mais tenra idade se pode observar os cães “subindo” nos outros membros da matilha indistintamente, mas na maioria dos casos nesta fase se trata apenas e tão somente de brincadeiras porém, a maioria dos cães aumentam a frequência de monta ao atingir a puberdade, que geralmente se inicia aos 6 meses nas fêmeas, e aos 7 meses nos machos. É o período em que os animais estão com os hormônios literalmente “à flor da pele” e muitas vezes podem transferir estes impulsos à outros animais, pessoas e até à almofadas e outros objetos. Nestes casos, a castração pode ajudar bastante, mas nem sempre resolve o problema. De qualquer forma, a cirurgia de castração dos machos conhecida como orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos) pode diminuir em 60% o comportamento de monta, e deve ser a primeira recomendação para diminuir este problema!

BRINCADEIRA OU DISPUTA HIERÁRQUICA

Relaxe! A maior parte das “montas” não tem função sexual. Cães filhotes e alguns adultos, costumam repetir os movimentos de cópula em outros animais durante brincadeiras de força e submissão. Podemos usar como analogia as brincadeiras de luta entre as crianças. De igual forma os cães brincam de medir força entre eles e uma forma divertida de fazer isso é subindo uns nos outros para evidenciar dominação. Nossa atenção e cuidado apenas devem se restringir a não estimular esta prática para que ela não seja levada à fase adulta pois dentre outros problemas, (além do constrangimento) nem sempre o animal submetido a este comportamento aceita a monta e isso gera brigas.

FALTA DE SOCIALIZAÇÃO OU DESMAME PRECOCE

Com já mencionamos anteriormente os cães enquanto ainda filhotes interagem muito entre si e isto é sumamente importante para o crescimento físico e emocional deles. A interação com outros filhotes da ninhada ou com outros animais no período de socialização (aproximadamente das 3 semanas até os 3 meses de vida) é importante para que cães filhotes aprendam a respeitar outros indivíduos e entendam alguns limites durante a interação com outros animais. Desmamar precocemente e não socializar adequadamente um filhote poderá priva-lo destas interações, com isso, o cãozinho não irá aprender a respeitar alguns limites durante brincadeiras e poderá criar o hábito de montar em outros cães desmedidamente. Portanto, uma dica importante para prevenir este comportamento é respeitar o período mínimo para desmame de 45 a 60 dias após o nascimento e socializar bastante o seu filhote. Nosso conselho é não separar o filhote da ninhada antes dos 70 dias após o nascimento.

EXCESSO DE ENERGIA E TÉDIO

Uma explicação para o comportamento de monta inadequada é a teoria da energia represada. Cães entediados podem transferir a frustração e o excesso de energia para comportamentos muitas vezes indesejáveis aos proprietários, como é o caso da monta. Nestes casos busque direcionar este excesso de energia para algo produtivo, como comandos de obediência proporcionados pelo adestramento. Além disso, tente aumentar a frequência ou a intensidade dos exercícios físicos, isso pode ajudar no controle deste comportamento. Se você passeia por 15 minutos com o seu animal procure aumentar gradativamente para 30 minutos e assim sucessivamente, ou se preferir faça mais passeios ao longo do dia, de preferência sempre nos horários de maior agitação do animal.

BUSCA POR ATENÇÃO

Alguns cães podem continuar a montar mesmo após a castração, isso porque muitas vezes ele associa que quando faz isso na perna do tutor ele consegue a atenção que gostaria, mesmo que seja para receber uma bronca.  Reforçar este comportamento com carinho ou petiscos não é uma boa opção, pois dessa forma o animal certamente irá repetir este comportamento em diversas situações. Por outro lado, a bronca também não é uma boa opção para a correção deste comportamento, pois brigar com seu cão não deixa de ser uma forma de dar a atenção que ele está buscando. Dessa forma, seu cão continuará a pular nas suas pernas para buscar atenção. Uma dica boa é ensinar um comportamento incompatível ao comportamento de monta, ou seja, ensine seu cão a SENTAR ou DEITAR sempre que quiser interagir com você. Com isso, ele entenderá que se ele MONTAR em sua perna você não dará a atenção que ele quer, porém, se ele SENTAR ele terá a sua atenção, carinho e até um petisco caso se comporte bem.

Tente identificar a possível causa deste comportamento no seu animal e aos poucos vá excluindo as possibilidades castrando, socializando, educando, evitando dar atenção na hora errada, etc. Mas lembre-se, em caso de dificuldade busque sempre ajuda de um profissional!

Invista tempo com seu cão!

Até a próxima!

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Aprendendo com Eles, Sobre Eles

Aprendendo com eles, sobre eles

Sabe por que os cães parecem nos compreender tão bem? Porque eles nos observam o tempo todo, mesmo quando achamos que estão longe, distantes em suas atividades corriqueiras, ou no recolhimento sossegado dos seus cochilos. Se olharmos bem, mesmo nestes momentos, as orelhas, vez por outra, movem-se ao perceber um som, na maioria das vezes inaudível para nós; perceberemos na tranquilidade do sono entrecortado por suspiros, um focinho movendo-se freneticamente enquanto identifica quem chega e quem sai, se vai chover ou se os ventos que o crepúsculo traz consigo prenunciam uma noite fria ou enluarada e quente; se o dia que se aproxima será de sol e calor, se é chegado o momento de aproximar-se da mesa ou manter-se afastado dela.

Observar para melhor compreender nossos amigos peludos

É, seria interessante observarmos os cães com mais atenção e cuidado. De fato, ficaríamos muitíssimo impressionados com a quantidade de informações e interações possíveis quando do contato mais estreito com os nossos amigos peludos. Infelizmente porém, a realidade é bem distinta do ideal, e o preço que pagamos por investirmos muito pouco tempo com os nossos amigos de quatro patas é a falta de uma compreensão mais clara do seu comportamento; observo isso todos os dias na lida com os cães e seus donos. As interpretações de alguns comportamentos dos cães por parte dos seus donos são tão distantes daquilo que os cães realmente desejam transmitir que eu as denominaria “abismais”.

Aprendendo enquanto apenas observamos

Experimente deter-se diante do seu cão por alguns minutos e observe-o. Faça isso por alguns dias. Não fale nada, não faça nada, apenas observe. Você ficará admirado com as descobertas que irá fazer e não demorará muito para começar a compreender claramente algumas atitudes e intenções do seu cão, só observando-o! Em muito pouco tempo você aprenderá, por exemplo, que quando um cão dominante coloca a cabeça dele embaixo da sua mão, ele não está pedindo carinho, mas sim exigindo-o. Neste caso, você deverá assumir – ou reassumir – a condição de líder (retomando para si a dominância) com uma ação simples: este cão só poderá receber carinho depois de aceitar algum comando (por exemplo, “senta”).

Invista algum tempo com o seu cão e aprenda com ele, sobre ele mesmo.

Até a próxima!

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Psique Canina

Cosmovisão e Cognição Caninas

É bastante comum nos depararmos com relatos de proprietários de cães que traduzem as ações e reações destes segundo as suas perspectivas, humanas. Que lamentável engano!

De pronto temos que fazer saber ao nosso leitor que os cães têm uma visão muito própria acerca do mundo que os cercam. Isto significa que as ações e reações deles embora possam ser comparadas com as quais racionalmente vivenciamos em nosso dia-a-dia, na verdade distam em muito das nossas, isto é, a percepção da realidade e cosmovisão dos cães são muito próprias, são caninas, não humanas. Alexandra Horowitz, Ph.D., nos faz saber que “Ao olhar em volta, o cão não pensa que está rodeado por objetos humanos; ele enxerga objetos caninos.” ¹

Códigos Mais do que Palavras

Quando sabemos disso e avaliamos as atitudes de nossos amigos caninos não mais segundo as nossas próprias percepções, mas sim segundo as percepções deles, estaremos dando um passo gigante em direção a compreensão das suas reações e consequentemente de uma percepção mais nítida, mais aproximada dos seus desejos, necessidades e intenções. Neste ponto, devemos lembrar que o nosso falar para o cão é tão enigmático quanto o latido destes para nós. Os cães reagem segundo os códigos que mesmo sem intenção, criamos e estabelecemos para uma infinidade de ações que resultarão em comunicado expresso ao nosso amigo daquilo que estará por vir. Assim, ele reagirá prontamente a estes códigos, fazendo parecer para nós humanos, que o cão sabe exatamente o que esperamos deles.

Criando códigos

Criamos códigos sem perceber, mas como isso se dá? Simples. Todos os dias em um determinado horário lançamos mãos da guia e da coleira do nosso amigo com a intenção de levá-lo para passear. Imediatamente nosso amigo corre para a porta e espera sentado que coloquemos a coleira em seu pescoço e atrelemos a guia a esta; e, ato contínuo, abramos a porta para sairmos com ele. Não demora muito e perceberemos que sempre que tocamos na coleira e guia o nosso amigo ruma em direção à porta e ali permanece a fim de que seja atrelado a coleira e guia para mais uma prazerosa jornada de trabalho. Então deduzimos: “Nossa, como é inteligente, sabe que iremos passear!”

Você poderia lançar mãos da coleira e guia apenas para mudar o lugar aonde tais objetos permanecerão, mas para o cão esta ação não significa outra coisa senão “ir trabalhar” (erroneamente chamamos de “passear”) e então corre para a porta.

Lógica Humana x Lógica Canina

Théo Gygas ², conhecido cinófilo e ainda hoje referência em adestramento e comportamento canino, relata um episódio muito curioso que exemplifica bem como o cão reage ao que se passa diante de si. Conta-nos ele que certa vez ao passear nas margens de um rio, um garoto com um boné na cabeça se aproximou muito da margem vindo a cair neste. Enquanto o garoto de debatia nas águas para não se afogar, seu boné, mais leve, flutuava à sua frente. Seu cão, que o acompanhava de perto instintivamente saltou na água e salvou primeiramente o… boné! Para o cão, o risco de morte não existia, porém, ao ver o garoto de debatendo nas águas e o boné deste seguindo apressadamente à frente, entendeu que isto significava brincar de pegar a caça, que no caso estava sendo representado pelo boné fujão.

Após “salvar” o boné, o cão retornou à margem com a “presa” na boca. Ao perceberem o boné encharcado na boca do cão, os adultos partiram em busca do garoto, salvando-o da morte certa. O leitor poderá dizer: “Mas, que cão insensato! Melhor seria que salvasse o garoto e deixasse o boné ser levado pela correnteza!” Veja, esta é uma percepção inteligente, lógica, humana, não canina!

Facilitando a Comunicação

Com estes exemplos asseveramos: não deduza as ações e reações do seu cão segundo as suas próprias interpretações. Ele, o seu cão, as vê de forma diferenciada, instintiva e basicamente reforçada naquilo que poderá ser um retorno positivo ou negativo. Neste sentido e, utilizando como mecanismo de comunicação o recurso do condicionamento positivo (Konrad Lorenz) e o reflexo condicionado (Ivan Pavlov), poderemos estabelecer um diálogo que seja mais compreensível para o cão e então obteremos sucesso não somente em nos fazer compreender, mas também de interpretar o que o nosso amigo deseja comunicar-nos, tarefa nem sempre tão fácil dado que, uma vez mais lembramos, o latido dele é para nós tão enigmático quanto as nossas palavras para ele.

Voltaremos a entrar neste tema mais adiante, por hora, compreenda bem que o seu cão não é inteligente; inteligente é você, que com esta faculdade tão singular poderá facilitar grandemente a vida do seu cão, tornando-a mais aprazível ao seu lado, que para o seu amigo, é o melhor lugar do mundo!

Invista tempo com o seu cão!

Até a próxima!

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¹ Horowitz, Alexandra. A Cabeça do Cachorro. 1ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2010. pg 183.

² Gygas, Théo, O Cão em Nossa Casa. 47ª ed. São Paulo: Dicubra, 1970. pg 207.

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Homens & Cães

Começos: Lenda x Ciência

Nos começos da humanidade, o homem passeava com todos os animais a sua volta enquanto dava nomes às espécies quando, de repente, uma fenda começou a se abrir na terra dividindo-a e antes que a fenda se tornasse larga demais o homem saltou para o outro lado e neste momento o único dos animais ali reunidos que saltou para o seu lado foi o cão.

Esta é uma lenda muito conhecida no meio cinófilo e que traduz de forma bonita e romanceada a proximidade e afinidade entre dois seres tão distintos ao longo dos milhares de anos de existência da humanidade.

Já os vestígios fossilizados de ossadas e excrementos de cães próximos aos sítios das escavações arqueológicas daquilo que outrora se constituíam comunidades humanas nos oferecem uma explicação científica e, portanto, algo mais perto daquilo que pode se constituir o motivo da proximidade entre o homem e o cão ao longo da história da humanidade e da “canicidade”. Ocorria que o homem necessitava sair à caça diariamente para manter a prole, obrigando-se a deixar esta sozinha e suscetível ao ataque de feras, tribos ou clãs rivais e perigos  os mais variados. Com o passar do tempo o homem se deu conta que um grupo de animais muito específico o seguia em suas incursões quando a mudança de território se fazia necessária (caça, alterações climáticas, guerras e contendas com outros grupos, acidentes naturais, etc.).

Comida em Troca de Segurança

Não demorou muito para ficar claro e evidente para o homem o motivo pelo qual aqueles animais o seguiam, uma vez que as sobras diárias do alimento que eram desprezados por este, se constituíam em uma providência sempre bem vinda para os cães, que nem sempre tinham a mesa posta. Em troca, os cães instintivamente ofereciam sinais claros e evidentes quando algo na rotina da comunidade estava para ser alterada. Dado os seus sentidos muitíssimo mais apurados que os do homem, a proximidade de qualquer outro animal ou indivíduos eram imediatamente denunciados pelos cães que se mantinham nas proximidades, garantindo um eficiente sistema de alarme e possibilitando ao homem ações rápidas para defesa e proteção da comunidade. Muito rapidamente esta parceria se consolidou e o cão que antes vivia a margem dos acampamentos, logo fora introduzido para o interior das cavernas, choças, barracas e habitações humanas. Não demorou muito para que onde estivesse um ser humano, haveria ali também um cão.

Em nosso próximo artigo conheceremos um pouco sobre a psique, cognição e cosmovisão caninas.

Divirta-se com o seu cão!

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Seja Bem-Vindo ao Blog da Cino Filo

“Um Trabalho Desafiador!”

Foi este o pensamento que norteou meu retorno ao trabalho no período da tarde depois do intervalo para o almoço daquele dia surpreendente. A ideia de contribuir com minha experiência como adestrador e consultor de comportamento canino me excitava, e, paradoxalmente, atemorizava. E não sem motivos, dado que ao longo de mais de trinta e dois anos de trabalho com nossos queridos amigos, os cães, o compartilhamento de minha vivência com estes se limitava às consultas oferecidas e palestras orientativas, aqui e ali, sempre para uma assistência muito específica.

O projeto pessoal de transmitir tal experiência sob a forma escrita em uma plataforma na internet então, é inédita; embora não seja este o primeiro (e certamente não será o último) blog com este mesmo tema publicado por outros cinófilos e entusiastas de cães.

A proposta é deixar de lado a abordagem técnica e científica tão comuns na literatura especializada, sem que isto signifique desenvolver uma leitura muito simplista e/ou reducionista do tema. Como sugestão, queremos estimular o leitor a enviar suas dúvidas e contribuir com sugestões para o aprimoramento desta experiência compartilhando os avanços que o conhecimento e soluções que doravante apresentaremos geraram. Nosso objetivo será sempre ajudar na aplicação das dicas oferecidas tornando a comunicação e consequentemente o convívio entre o leitor e seu cão mais estreito, harmonioso e prazeroso possível.

 Se dentro desta ementa e perspectiva este trabalho acrescentar minimamente ao amigo leitor, o nosso objetivo terá sido amplamente alcançado.

Boa leitura!